Ja se passou uma semana e agora que tive tempo para
escrever alguma coisa sobre a prova do ultimo domingo....
Depois de 3 anos dedicados a corrida, pouco tendo
pedalado e muito menos nadado, resolvi voltar as provas de triathlon. Incentivado por um amigo estreiante no
esporte, me inscrevi para o 70.3 comprado com a idéia de me dedicar aos
treinos, principalmente de ciclismo e natação, este meu ponto fraco desde
sempre!!
Para os que não me conhecem, ja fiz alguns Irons, meios,
maratonas e diversas outras provas de corrida e triathlon. Atleta amador no maior grau, aonde dedicação
e esforço sempre foram meu forte!!
Inscrição feita foi chegada a hora de correr atras do
prejuizo no pedal. Voltei a acordar na madruga, alternando treinos no aterro e
na praia. Sacrificio muitas vezes
prejudicado pelas diversas viagens a trabalho realizadas durante a semana. A evolução durante os 3 meses e meio de
treino foi enorme e já me trazendo alguma confiança para completar os 90km. A corrida, na minha cabeça, não seria um
problema. Estava bastante treinado e as
parciais nos treinos de transição me deixavam certo que o tempo da meia estava
garantido. A natação, bem, a natação
seria um desafio a parte... Que nosso coach pule essas linhas, mas se entrei na
piscina 3 vezes foi muito. Isso porque nadei a ultima vez no Iron de Cozumel em
2010. Tudo errado nesse quesito, estava
ciente disso, mas na minha cabeça poderia passar por isso sem muitos prejuizos
na prova, apesar da experiencia do passado me dizer o contrario!!!
Chegamos em BSB sexta a noite e um show na cidade ja
anunciava uma noite complicada....
Sabado acordamos sem pressa e partimos para pegar kits e
fazer os ajustes necessarios nas bikes (escrevo no plural pois tive sempre a
companhia do "novato" e amigo Bruno Autran nessa aventura). Tudo correu sem grandes surpresas, sem falar
na tensão de um pedal da bike a ser colocado que quase tirou o Autran da
prova... Rs. Tudo resolvido, check in das
bikes realizado, itens de transicão entregues e prontos para o dia seguinte.
O calor do sábado já anunciava uma prova em condições
extremas de temperatura e humidade do ar.
Acordamos as 4:30, depois de tendo praticamente
participado de toda a programação do show sertanejo Brasilia que acabou as
3:30!!! Oh, what a night!!!
O frio da madrugada, por volta dos 13 graus quase me fez
ficar arrependido por não ter levado manguitos para a prova. Ledo engano.... Alinhados na natação, a
temperatura da água foi um sinal para um atleta que costuma sofrer com baixas
temperaturas. ... Estava morna e super agradavel. Encontramos com outros da equipe e caimos na
água para alinhar para largada. Talvez
por ter treinado pouco, estava super relaxado e tranquilo com a largada na
água. Meu ritmo seria lento sem nenhuma
pretenção de "fazer tempo" na modalidade. Foi o que ocorreu.... Sem a correria
tradicional de uma prova aonde largamos na praia, a saida de dentro da agua não
evita os tradicionais coices e braçadas ate que os atletas encontrem seu ritmo
e cada um siga sem "transito".
Nataçao feita sem correntes apesar do sol nascendo na nossa direção
impedir de visualizar a primeira boia.
Depois disso tudo certo....
Ja na bike, estava
pronto para um percurso plano e sem vento, como alguns outros atletas
comentaram nos dias anteriores. Mas o
que seguiu foi uma sucessão de subidas, falsos planos longos e muito vento
vindo de toda parte!! Teria sido intriga da oposição? Vai saber... Só sei que
acabei fazendo mais força que o programado para manter a média. Hidratação da prova estava perfeita e apesar
do tempo quente e seco, não foi nem de perto necessario pegar uma nova
caramanhola em todos os postos. A pouca
fiscalização e percurso lento, devido a uma série de retornos e quebradas deram
a chance para formação de alguns pelotes, mas não vou entrar nessa seara
polêmica!!
Talvez por ter feito mais força do que o normal ou mesmo
errado um pouco na hidratação devido ao clima muito seco, comecei a sentir um pouco de caimbras no km
80!! Vale disser que é muito raro eu sentir algo do tipo....
Bike entregue parti para a transição confiante na minha
corrida e que aquelas caimbras iriam passar a medida que a corrida entrasse no
ritmo natural. Logo de saida encarei
pela frente uma subida inesperada e com as pernas ainda travadas me fizeram
quase andar antes de 2km. Peguei uma
banana mas logo descartei pois não costumo comer correndo e decidi pelo
gatorade. Primeira volta muito sofrida,
alternando subidas, descidas e ate parte na calçada, o que considerei o percurso muito ruim. O trajeto que corrermos junto ao lago era
extremamente apertado muitas vezes dificultando ultrapassagens e misturando
atletas com pessoas utilizando a área como lazer num domingo de sol. Este então estava animado no dia!!!
Temperatura de mais de 30graus sem nuvens ou mesmo sombras no caminho.... Na
segunda volta resolvi testar os saches de sal dados pela organização para
aliviar as dores. Tomei um em cada posto durante 3 ou 4, não lembro exatamente,
só sei que junto com a coca-cola foi o que me deu gás adicional para encaixar
um ritmo um pouco melhor e fazer com que a cabeça parasse de me derrubar. Correndo pesado mas dessa vez mais confiante,
passei diversos atletas na ultima volta sofrendo com dores musculares e muita
caimbra.
Apesar da experiência, terminei a prova na raça depois de
pensar em desistir em alguns momentos criticos.
Passei longe do meu objetivo inicial quando resolvi fazer a provas
naqueles 3.5 meses atras, mas muito feliz em ser "finisher" em uma
prova onde as condições muito duras fizeram desta um grande desafio desde o
inicio.
Henrique Villela
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Primeira prova. Só
isso já basta para a ansiedade bater. Quando a primeira prova é em Brasília -
com ventos fortes, sol rachando, mais de 30 graus de temperatura e umidade
abaixo de 15% - só mesmo lembrando das longas horas de treino e do que foi
abdicado para que se pudesse cumprir tudo que estava programado nas planilhas
semanais. A recordação do que foi sacrificado em prol da preparação para a
prova é a única coisa que impede de a ansiedade de virar desespero. Mesmo
quando um maldito festival de pagode fica tocando a todo volume, durante a
noite inteira, nos dois dias anteriores à prova - impedindo o sono de todos
(logo quando mais precisávamos).
Dia da prova. A ansiedade aumenta. É hora de colocar em prática tudo o que foi treinado e planejado. Os objetivos e estratégias estão traçados. Foco no processo. Café da manhã. Chegar cedo na prova. Última checagem no equipamento. Hidratação. Concentração pré-prova. Repassar pela última vez tudo o que foi planejado.
É dada a largada. Não é hora de se cansar. Braçadas longas e foco no deslize. Não é hora de se aborrecer porque o sol não deixa ver a bóia ou por conta das cacetadas que se toma dos outros. Foco na respiração. Os 35' estão de bom tamanho.
É a vez da bike. Como disse o Walter: "Senta a pua e se diverte". É aqui, onde me sinto melhor, que planejei "fazer minha prova". E assim parti. O que não contava é que a prova tinha os planos dela. E que este seria o momento mais duro. Parecia que o vento vinha de todas as direções. E vinha forte. E vinha acompanhado de várias subidas e descidas e "cotovelos" que obrigavam a reduzir a velocidade a quase nada. Manter uma boa média sem se cansar em excesso era difícil, quase impossível. Por tudo isso, foi grande a satisfação com o resultado dessa perna.
Finalmente a corrida. E o pedal cobra o preço. A perna trava, totalmente, logo na saída da T2. Logo o medo veio: DNF. Impossível correr os 21 km. Mas talvez conseguisse pelo menos uns 3 km, pensei. Foi um inferno, mas ao fim dos 3 km a perna já não doía tanto. Vou fechar a 1ª volta. Vejo os amigos da equipe também lutando contra as próprias pernas e isso me dá forças. Quem sabe mais uma volta... E agora que estou aqui a dor já não importa - vou até o fim. Pouco menos de duas horas de sofrimento depois (Walter, a ideia não era se divertir?) e enfim alcanço a linha de chegada.
A prova me ensinou muito. Se prepare bem, mais do que você julgue ser suficiente. Seja humilde e trace objetivos factíveis. Seja flexível, ninguém tem domínio sobre as condições da prova. Persevere e acredite, a linha de chegada está "logo ali".
Próximo passo: Ironman 2014!!! Sorte (sorte!?!?!) que ainda tem muito treino pela frente...
Rodrigo Aquino
Dia da prova. A ansiedade aumenta. É hora de colocar em prática tudo o que foi treinado e planejado. Os objetivos e estratégias estão traçados. Foco no processo. Café da manhã. Chegar cedo na prova. Última checagem no equipamento. Hidratação. Concentração pré-prova. Repassar pela última vez tudo o que foi planejado.
É dada a largada. Não é hora de se cansar. Braçadas longas e foco no deslize. Não é hora de se aborrecer porque o sol não deixa ver a bóia ou por conta das cacetadas que se toma dos outros. Foco na respiração. Os 35' estão de bom tamanho.
É a vez da bike. Como disse o Walter: "Senta a pua e se diverte". É aqui, onde me sinto melhor, que planejei "fazer minha prova". E assim parti. O que não contava é que a prova tinha os planos dela. E que este seria o momento mais duro. Parecia que o vento vinha de todas as direções. E vinha forte. E vinha acompanhado de várias subidas e descidas e "cotovelos" que obrigavam a reduzir a velocidade a quase nada. Manter uma boa média sem se cansar em excesso era difícil, quase impossível. Por tudo isso, foi grande a satisfação com o resultado dessa perna.
Finalmente a corrida. E o pedal cobra o preço. A perna trava, totalmente, logo na saída da T2. Logo o medo veio: DNF. Impossível correr os 21 km. Mas talvez conseguisse pelo menos uns 3 km, pensei. Foi um inferno, mas ao fim dos 3 km a perna já não doía tanto. Vou fechar a 1ª volta. Vejo os amigos da equipe também lutando contra as próprias pernas e isso me dá forças. Quem sabe mais uma volta... E agora que estou aqui a dor já não importa - vou até o fim. Pouco menos de duas horas de sofrimento depois (Walter, a ideia não era se divertir?) e enfim alcanço a linha de chegada.
A prova me ensinou muito. Se prepare bem, mais do que você julgue ser suficiente. Seja humilde e trace objetivos factíveis. Seja flexível, ninguém tem domínio sobre as condições da prova. Persevere e acredite, a linha de chegada está "logo ali".
Próximo passo: Ironman 2014!!! Sorte (sorte!?!?!) que ainda tem muito treino pela frente...
Rodrigo Aquino
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Não tenho do que reclamar do meu primeiro
Ironman 70.3. Apesar de todos os avisos sobre o ar seco de Brasília, não senti
absolutamente nada durante a prova inteira. Sinceramente não sei quão seco
estava o ar no dia da prova, só sei que me hidratei muito bem (água, Malto e
Gatorade) durante toda a prova e funcionou. Não mexi na minha alimentação
habitual, Acell Gel e cápsulas de BCAA e Sal. Sei que muitos acham loucura não
comer nada salgado e não mastigar nada, mas pra mim funciona muito bem.
Parte da ansiedade em
relação a natação foi controlada ao conhecer a raia na véspera. Água quente,
sem marolas, correnteza pequena na véspera (zero no dia da prova). Wetsuit nova
testada também na véspera para evitar surpresas desagradáveis na prova. Óculos
novo comprado (mesmo modelo, porém com lente mais clara – não gostei da
visibilidade do meu ao testar na raia da prova). Atendimento fisioterápico para
aliviar a dor cervical e escapular que me incomodavam muito desde quarta-feira.
Deixei as cagadas pro
ciclismo. Inventei de experimentar prender os géis no quadro na véspera. Não
funcionou, mas percebi ao ir para o Bike Check-in pedalando no sábado e
abandonei a idéia. A outra cagada foi deixar para a manhã da prova o ajuste
final da altura da mangueira de hidratação do sistema integrado da Shiv.
Juntamente com o pagode da casa de shows ao lado do hotel isso me custou a
noite de sono.
Na manhã da prova, com a
ajuda do Rafa e da Isa fiz meu Bike Hidration Fit Tabajara que funcionou
perfeitamente durante a prova, a ponto de eu não tocar na minha caramanhola.
Mas, comecemos pela
natação, energia sensacional na largada, o trio se dirigiu para longe da margem
para buscar uma largada mais tranquila, e a tática funcionou perfeitamente. Só
fui encostar em outro atleta na primeira bóia e no trecho curto entre a
primeira e a segunda. A partir daí, optei novamente por um trajeto mais aberto
e nadei quase sozinho. Incomodo na água só um pouco de sol na cara que nada
atrapalhava a visualização das bóias. Resultado, natação melhor que a minha
expectativa em 3 minutos.
T1 – a dúvida do que
usar e levar me fez atochar o saco da transição com coisas inúteis, resultado,
8 minutos de transição.
Bike – Circuito cheio de
subidas, curvas em cotovelo, descidas, vento contra e a favor, um bom exercício
para aprender a usar as marchas. Máxima de 56km/h nos momentos favoráveis. Mas
a media ficou mesmo pouco acima dos 32 km/h, dentro do meu esperado, já que
desde o Le Etape só tinha ido pra estrada uma vez e pra pedalar 60 km, meu
maior treino para Brasília. A média estava 33,5 até o km 60, mas na terceira
volta lembrei de todos os treinos que matei.
T2 – Mais 4 minutos e
meio, definitivamente a transição não é minha especialidade.
Run – Saí pra correr
inteiro e sem perceber meti 4:30 no primeiro km, decidi segurar e manter 5:10
que achei que era um pace prudente. Ainda no segundo km uma cãimbra forte no
quadriceps esquerdo. Minha cabeça foi tomada por um “fudeu” enorme, mas pensei
“se é pra parar só paro quando travar” e fui diminuendo o pace mancando. A
tática deu certo, em aprox. 1 km a cãimbra passou e voltei para o meu 5:10. A
idéia era segurar 5:10 nos primeiros 10 km e socar a bota a seguir, para fechar
a prova em 5:20:00. Não deu certo. A primeira parte até funcionou, mas depois eu
não soquei a bota, o cansaço me socou e suei pra manter os 5:21 de média final.
Organização: Perfeita,
só pecou na escolha dos trajetos de Bike e Run, se bem que não se pode dizer
que pecaram, e sim que dificultaram, mas, quem disse que era pra ser fácil?
Lição – Treinar mais e
entender como não jogar preciosos 5 minutos no lixo em transições mal feitas.
Saldo – Manquei um pouco
no domingo pós prova por conta de uma dor residual atrás da patela direita,
resolvida com a ajuda do Foam Roller (obrigado pela dica Zé, ele foi dentro da
mala pra Brasília). Segunda-feira não parecia nem que eu tinha treinado na
véspera, quanto mais feito um 70.3, zero dor. Acho que deu tudo certo então.
A única coisa ruim é
depois de todo o esforço perceber que você não é nada, só um MEIO Iron man.
Edgar “Bolívia” Solano
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70.3 Brasília 2013: Sofrimento de um novato
Essa
foi meu primeiro evento da série IronMan, e foi uma experiência única! Diversos
anos da minha vida foram dedicados ao esporte de alta performance, desde cedo
na natação, depois no basquete, mas desde 2002 sem o gostinho de competir. A
prova de Brasília no último Domingo me relembrou o quanto é bom competir, mesmo
que consigo mesmo.
Como
diversos atletas já falaram, a estrutura estava nota 1000! Tudo organizado,
local perfeito e clima de competição no ar. Chegamos na Sexta, pegamos kits,
montamos as bikes, e depois um belo jantar para manter o clima descontraído da
galera. No Sábado, fomos para o congresso técnico e mais tarde para o bike
check-in e pintura dos números. Nesse momento, a realidade começa a bater um
pouco, e comecei a concentrar na pedreira que tinha pela frente.
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