Um fim de semana muito divertido! Assim posso resumir meu primeiro Long Distance. Depois de ter feito 2 olímpicos e um Ironman, estava faltando essa distancia no meu curto currículo de triatleta (14 meses).
Essa prova na verdade nem estava programada no meu calendário de provas, resolvi fazer uma semana antes. Óbvio que estava treinando, mas não fiz nenhum especifico para tal. Peguei carona nos treinamentos do Bob Souto (treinava para Miami) e depois continuei por 3 semanas fazendo planilha e indo pra estrada na companhia do Genésio, Duda Falcão e Rodrigo Azambuja que já treinavam para Pira (Genésio também não estava programado de ir).
O despertador tocou sábado 5 am, véspera da prova, peguei o carro na Sport for Life onde estava estacionado e carregado com nossas 4 bikes, busquei Genésio partimos rumo a São Paulo (Duda e Rodrigo foram de avião).
6h30 depois já estávamos na AFA pegando nosso kit e enquanto esperávamos por nossos outros dois amigos que ainda não haviam chegado, assistimos ao Short Triathlon que acontecia naquele dia. Foi muito bom ver o Short para fazer um reconhecimento do local da prova. O lago parecia ótimo de ser nadado, e assim se confirmou no dia seguinte. Temperatura boa, uma largada não muito tumultuada e o uso de roupa de borracha proibido (adorei isso, detesto roupa de borracha). Depois fomos para T1 e nos posicionamos na saída dela. A saída da T1 é em uma ladeira, vi muitos (pra não dizer a maioria) atletas do short caindo e se enrolando na saída, saindo na marcha errada (muito pesada pra ladeira), perdendo sapatilha, um show de caça-foicisse!! Foi importante ter assistido a tudo isso e alertar aos demais para o dia seguinte. A temperatura nessa hora era bem alta ( a largada do short foi as 15hs) e percebi que o dia seguinte o bicho ia pegar.
Kit na mão de todos, partimos para o Hotel em Leme ( uma cidade 20kms de Pirassununga ) fizemos check in, arrumamos tudo que faltava para o dia seguinte, comemos e dormimos.
Havíamos combinado 5:30 no café da manhã, e assim foi feito. O hotel todo ia para prova e agitação era geral. Eu tinha ficado 6 dias sem nada de cafeína, nem uma coca-cola sequer, 0 mesmo! Tomei duas xícaras de café e no caminho pra prova, no carro, tomei um terço de redbull. Cheguei em Pirassununga muito agitado, quicando, e preocupado com aquela sensação toda que meu corpo não conhecia. Joguei o resto do redbull fora e parti pra arrumar as coisas na área de transição. Chegamos bem em cima da hora. Graças a Deus meu coração voltou ao normal antes da largada mas o susto foi grande! Não iria conseguir nadar com aquela tremedeira toda. Rumamos para a largada faltando somente 6 minutos para tal. Não deu tempo de entrar na água e dar umas braçadas. Era esperar a buzina e mandar ver!
Minha estratégia de prova não muda muito independente da distancia. Sobreviver na natação, descer o cacete na bike e o que sobrar vai pra corrida. 33 minutos de natação (tempo que só soube depois, não usei relógio na natação nem na corrida) e saio da água junto com Genésio, que pra minha surpresa disse que nadou do meu lado tempo todo e ainda me deu uns tapas! Eu não percebi nada..rsrs
Ele com toda sua bagagem de 16 meio ironman, saiu na frente e fui logo atrás passando pela temida ladeira sem nenhum percalço. Comecei a socar logo na saída, passando por ele e chamando pra vir junto, coisa que não fez. Escutei um “faz sua prova” e fui embora pra fazer meu primeiros 22,5km (eram 4 voltas nessa distancia) numa média de 39km/h no cateye. Depois entendi o porquê dele não ter vindo junto, o vento se fazia presente e ele escolheu ir de roda fechada. Passou perrengue na bike.
A segunda volta continuei no mesmo ritmo, um pouco mais forte e embalado já que agora já sabia o percurso. Não existe plano; ou sobe ou desce. As subidas não eram muito inclinadas mas, certa hora da prova, juntando com o vento fazia a velocidade baixar pra casa dos 20km/h.
Na minha ultima volta na bike, o vento veio com tudo. Estava com duas Sram 60 e balançava bastante. Nessa hora deu pena do Genésio! Na maior parte do tempo o vento era frontal mas, tinha um pedaço da prova que ele vinha lateralmente e aí pra ser jogado longe era fácil! Depois da chegada vi muitos atletas ralados.
Chegando na T2 com 2h20 no meu cateye ( no tempo oficial ta 2h27!!) fiz minha transição bem rápida, no maximo 2 minutos, e parti pra correr com a perna leve, bem diferente do que aconteceu no Iron de Floripa.
Fui passando um a um em um ritmo crescente ate achar minha velocidade de cruzeiro. Eram duas voltas de 10,5kms. No 6k, fazia um cotovelo e voltava em mão dupla; Assim pude ver os primeiros colocados e fui contando pra ver em que colocação estava. Pra minha surpresa estava top30 nessa altura. Ainda não tinha conseguido impor um ritmo forte, devia estar a uns 4,50 e alguns atletas me passaram. Continuei na minha contagem e cai pra 38, momento em que tive meu primeiro problema na prova. Uma dor de viado que fez eu diminuir meu pace bastante afim de tentar respirar fundo. Não funcionou.Tive que parar,andar 10 a 15 segundos ate passar. Nessa hora Genésio me surpreende mais uma vez, e me passa soltando palavras de apoio. Me perdi na contagem. Recuperado, voltei a correr rezando para que isso não voltasse. Fui recuperando minha velocidade aos poucos com cautela. Isso foi no 7k mais ou menos.
La pelo 13km essa dor ameaçou voltar, tive que diminuir de novo, mas pra minha alegria ela não veio com tudo e não precisei parar. Nesse momento passou um atleta que me incentivou. Fiquei marcando ele de perto. Certo momento ele abriu uns 500mts mas continuei marcando. Acompanhar esse cara era minha meta da prova naquele instante. Faltando 2km para o final consegui emparelhar e chamar ele pro final; acabei passando e fiz os últimos 1500mts bem forte, chegando com 4h39m.
O tempo foi bom para primeira prova nessa distancia, mas realmente não é o mais importante pra mim, tanto que nem de relógio corri. Estar la era o mais importante. Tive mais um momento de superação na minha vida. Estava bem acompanhado, numa vibe ótima. Estava treinado. O tempo vem naturalmente. É por isso que treino, por prazer, pra fazer novos amigos, por gostar. Treinar pra mim não é sacrifício muito menos obrigação, é prazer.
Mas o fim de semana não tinha terminado, faltava regressar a Cidade Maravilhosa ainda. Depois de um belo almoço pós-prova organizado pelo Evento, um banho pra lavar a alma na casa de nosso camarada Bruno Mezenga, oficial da Base Aérea, entramos no carro e dirigimos rumo ao RJ totalizando 1400km de carro em dois dias + 1 Meio Iron!
Queria muito poder agradecer de novo ao Walter e a todos da Assessoria, aos amigos que la estavam e aos que não estavam também. A todos da Sport for Life, Estação do Corpo e Xterra Gear.
NÃO EXISTE MILAGRE, EXISTE TREINO!!!!!!!!!!!!!!!!
Até aproxima,
Henrique Werneck
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