segunda-feira, 16 de julho de 2012

e se der empate?

Materia extraída com autorização do blog de Idel Halfen

LINK PARA O BLOG DO IDEL



A seletiva americana de Atletismo para as Olimpíadas de 2012 ganhou mais uma vez grande destaque nos noticiários esportivos.

Dessa vez, porém, as manchetes não faziam referência a recordes ou histórias de superação, mas a uma situação bastante inusitada: O empate ocorrido na prova de 100 m para mulheres, aonde Allyson Felix e Jeneba Tarmoh chegaram empatadas* na 3ª colocação.

Três fatos ajudaram a repercutir o assunto:
(i) a 3ª colocação qualifica a atleta para os Jogos Olímpicos;
(ii) nem a avançada precisão tecnológica foi suficiente para a definição do resultado;
(iii) a falta de um critério pré-definido para esse tipo de situação.

O último fato certamente é o mais grave, visto que se chegou até a cogitar um desempate por sorteio.

Estabelecer um critério absolutamente justo para definir um desempate é quase utópico.

No Futebol já houve o “golden goal” no qual o time que fizesse o primeiro gol na prorrogação se sagraria vencedor, hoje se adota a disputa por pênaltis.
Mesmo quando a decisão não ocorre numa única partida, ou seja, num regime de pontos corridos, existem critérios como número de vitórias, saldo de gols e assim por diante até que um time supere o outro, deixando como última opção, a sorte.
Na Natação, quando se precisa definir um único classificado é disputada uma prova extra, geralmente ao final do programa do dia, para que dali saia um vencedor.
No Basquete e no Polo Aquático as prorrogações vão ocorrendo até o desempate acontecer.
E quem não se lembra de uma partida de Tênis em Wimbledon entre Nicolas Mahut e John Isner, que durou 11h05, sendo o último set vencido por Isner pelo placar de 70 a 68.

Em tese seria até possível existir um empate eterno, daí a necessidade de se ter critérios que consigam dar um fim à competição.

Apesar dos exemplos citados se referirem ao esporte, é certo que tais situações existem em todos os aspectos da vida que exijam decisões e seleções.
Cidadãos precisam escolher seus candidatos em eleições, as marcas de seus produtos, os destinos das férias, os colégios dos filhos, e assim por diante, sendo certo que existirão momentos onde algumas opções se nivelam, seja positiva ou negativamente.
As empresas precisam definir qual o posicionamento que será adotado, afinal, se existe uma verdade absoluta no marketing é a de que não é possível ser tudo para todos.
Ainda no mundo corporativo existirão decisões sobre investimentos ou mesmo sobre a contratação de algum fornecedor ou executivo.

Enfim, estamos constantemente fazendo escolhas e, em grande parte das vezes, o empate parece estar presente.
Ter um percentual de 100% de acertos parece fora de cogitação, porém a perseguição desse índice deve ser uma meta que, para ser viável, necessita de critérios previamente definidos, esses, no entanto, devem ser flexíveis, visto que o mundo é dinâmico.

O caso dos 100 m do Trials de Atletismo dos EUA teve como solução a realização de uma nova prova no dia seguinte ao término do evento, ou seja, 7 dias depois da celeuma, entretanto Jeneba Tarmoh resolveu não participar.

A lição que fica é que, por mais improvável que seja um cenário ele sempre deverá ser contemplado no planejamento.

* Curiosamente as atletas que chegaram empatadas na final dos 100 m também empataram na semifinal dos 200 m, só que nesse caso correram em séries diferentes e tiveram final para decidir. Deu Allyson

Nenhum comentário: