segunda-feira, 4 de março de 2013

Fatos e Fotos


Nós vamos invadir sua praia!, por Gustavo Nogueira
Depois de uma participação satisfatória no Tristar 111 em 2012, comecei a pensar sobre qual seria minha próxima meta. Como a única certeza que tinha era a vontade de fazer em 2013 uma prova com a distância de meio ironman, comecei a pensar na possibilidade de encarar novamente um olímpico, que funcionaria como um degrau para chegar ao objetivo principal. O problema é que pensar na distância olímpica imediatamente me fez lembrar de um trauma: minha única prova nessa distância, feita em 2010, foi um desastre total!
Na época, com alguns poucos shorts completados e treinando para fazer o Long Distance de Pirassununga, acabei menosprezando a prova. Tracei uma meta de tempo ousada demais e ignorei o fato de ser a minha primeira vez em um olímpico. Também ignorei minha inexperiência como triatleta e minha péssima natação. Para piorar a situação, faltando poucos minutos para a largada meu óculos de natação arrebentou e tive que nadar com ele remendado. O resultado dessa combinação foi catastrófico e só terminei a prova porque tive apoio de uma grande amiga e dos professores e alunos da nossa assessoria. Tempo? 3h09min! Trauma total, que quase me levou a desistir do Long Distance que estava programado.
Bem, o tempo passou, fiquei afastado do triathlon em 2011 e em 2012 voltei a participar de algumas provas. Ganhei um pouco (pouquinho mesmo) de experiência e confiança e aprendi a me divertir mais com os treinos e provas. Então, como vários amigos triatletas daqui de BH estavam na pilha para fazer Santos, decidi embarcar no desafio.
O primeiro impacto do compromisso assumido foi passar as festas de fim de ano treinando e moderando nos comes e bebes. Foi difícil, mas descobri que é possível. Depois, foi preciso encarar um mês de janeiro cheio de compromissos sociais, com direito a visita da minha namorada e dos meus pais, festas de formaturas de grandes amigos, viagem com família e para fechar, o carnaval. Tive que me virar para conseguir conciliar os treinos com todos esses eventos e, fazendo um balanço do período, o resultado foi positivo, pois, apesar de não ter conseguido me dedicar aos treinos exatamente como eu queria, me sentia preparado para a prova.
Os dias se passaram e os preparativos se tornaram mais intensos, cada detalhe foi tratado com muito cuidado e atenção. Ainda assim, apesar de toda a dedicação, acabei esquecendo a roupa de borracha o que me rendeu preocupação para a viagem inteira! Viagem que, aliás, foi bastante atribulada... a queda da barreira na rodovia Imigrantes fez com que demorassemos mais de 15 horas no trajeto. Chegamos MUITO cansados em Santos e ainda tínhamos bastante coisa para fazer. Sorte que a galera do Triathlon BH é muito positiva e tornou muito mais fácil encarar as adversidades que surgiram.
Chegando em Santos, o esquecimento da roupa de borracha continuava martelando minha cabeça e como há algum tempo eu vinha pensando em comprar uma roupa sem manga, acabei optando pelo risco: comprar um equipamento e competir com ele sem nunca tê-lo utilizado. Normalmente sou contra esse tipo de decisão, mas como a ausência da roupa estava me perturbando, julguei que valeria a pena arriscar. E realmente não me arrependi.
No domingo, o sol deu as caras logo cedo e, ao contrário do dia anterior nublado e chuvoso, o tempo ameaçava esquentar e incomodar. Toda a programação foi seguida à risca: horário para acordar, café da manhã, check-in da bike, alimentação pré-prova, aquecimento na água e, enfim, hora da partida!
Apesar dos 1500m da natação, estava extremamente tranquilo na concentração para a largada e iniciei a prova sem afobação, preocupado apenas em nadar tranquilamente. No meio do percurso, uma pequena confusão com as bóias ainda ameaçou me perturbar, mas controlei o psicológico e saí da água com 30min... simplesmente inimaginável para mim! Rs
Fiz a transição com tranquilidade e comecei o pedal me sentindo extremamente bem. Como o primeiro gel estava programado para aproximadamente 40min de prova, tinha de tomá-lo logo no início do pedal. Nesse momento, quase deixei a ignorância estragar minha prova. Como estava me sentindo muito bem, pensei em não diminuir o ritmo para tomar gel e adiar a programação da alimentação. E aí a lembrança dos treinos fizeram a diferença: todas as vezes que havia tomado essa decisão, a alimentação ficava comprometida. Imediatamente reduzi o ritmo, tomei o gel, água e só depois soquei a bota!
Depois dessa decisão, o ciclismo percorreu sem maiores dificuldades. O restante da hidratação e alimentação foram seguidos à risca e no final do percurso, finalizado em 1h02min, continuava me sentindo muito bem. Entrei para a área de transição com a confiança lá em cima e quando saí para correr, ao ver o tempo de prova e estimar o meu tempo para concluí-la, quase não acreditei: terminaria a prova com menos de 2h30min.
O início da corrida foi tranquilo, mantendo o ritmo planejado com o Walter. O problema é que o sol não deixou barato e por volta do km 4 as pernas começaram a demonstrar cansaço. Um gel no km 5 ainda deu um gás extra, mas definitivamente não daria para buscar os 46min planejados. Segurei o ritmo, caminhei em alguns postos de hidratação, mantive o foco e fechei a corrida em 48'25”, encerrando a prova em 2:27'09”. Uau, totalmente inesperado! No meu melhor plano, imaginava concluir o desafio em 2h35min... baixar essa meta em 8min foi MUITO motivador!
No balanço geral dessa experiência, só constam pontos positivos, pois a viagem foi divertidíssima, a prova foi sensacional e o aprendizado para os próximos desafios foi imenso. E para finalizar, não poderia deixar de registrar o já batido agradecimento a todos que convivem comigo, que torcem, motivam e sempre me apoiam nessa brincadeira. Pai, mãe, Lu, Mari, MUITO obrigado! E Walter, é muito bom terminar a prova e perceber que você sabe e sua equipe sabem muito o que fazem! Parabéns e obrigado

Nenhum comentário: