terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ironman Flórida 2012

por Otavio Calvet

Como de praxe, segue o relato para nosso querido coach!
Fiz a inscrição em novembro de 2011 para essa prova por estar na época lesionado, uma espécie de backup caso não fosse possível fazer Floripa em 2012. Mas tudo deu certo e em Floripa fiz um excelente tempo, fiquei em 14º na categoria e senti que se treinasse mais, me dedicasse mais, talvez pudesse conseguir vaga para Kona ainda em 2012, o que se tornou o meu foco para a Flórida. A meta era fazer sub 10, já que ano passado o último da minha categoria (40-44) conseguiu se classificar com 9h52.
Pois bem, não deu! Rsrsrsrs. Comecei a prova com a meta de fazer 1h05 na Natação, 5h05 no Pedal e 3h30 na Corrida, chegando a algo em torno de 9h50 com as transições e uns descontos para lá e para cá.
A natação foi para mim um caos. Como não nado bem, costumo sair tímido na largada e tento embalar no meio do percurso. Aqui isso não foi uma boa ideia. Em primeiro lugar, muita gente já fica dentro da água antes da largada, apesar de não ser permitido, o que garante uma posição boa para o início da prova; em segundo lugar, sair tímido no meio de 3.000 pessoas definitivamente não é uma boa estratégia: que o digam os quatro pontapés e diversos socos e puxões que levei. Tive um início de pânico na água e vontade de desistir, o que consegui controlar ao lembrar da primeira prova em mar que fiz, a Travessia dos Fortes em 2011. Lá cheguei a parar, tentar sair da prova, mas era tanta gente que achei menos perigoso seguir em frente. Aqui pensei nessa experiência e que já fiz dois Irons completos antes, sendo só questão de me acalmar e continuar. Deu certo.
Quando saí do mar, vi que tinha feito 1h10, melhor do que imaginei quando ainda estava dentro da água após o pânico, mas já pensando que estava 5 minutos atrás da minha programação. “Tudo bem”, pensei,’ tento ganhar uns minutinhos nas transições e na bike”.
Para mim o pedal foi a melhor parte da prova, saí bem, estava me sentido forte e comecei uma série de ultrapassagens seguindo a minha estratégia: fazer os primeiros 90k em 37km/h para na parte final deixar cair entre 35,5 e 36 km/h. Quem olhar meu tempo na bike vai achar que cumpri a estratégia, já que terminei o pedal em 5h05, aproximadamente 35,4km/h de média. Mas na verdade o tempo caiu porque começou a ventar um pouco mais na segunda metade e, apesar do circuito aqui ser totalmente plano, cansa pegar trechos longos, retos, com vento contra por coisa de, sei lá, 20 km direto. Não dá para descansar um segundo a perna, você tem que girar o tempo todo, pois assim como não há subidas, também não há descidas no percurso...
Mas até aí tudo ok. Fiz a T2 bem rápido e saí para correr com aproximadamente 6h20 de prova e pensei: moleza, agora é só cravar 3h30 na corrida conforme programado para fazer sub 10. Pura ilusão – rsrsrsrs. Assim que comecei a correr senti que meu corpo não estava forte como quando fiz Floripa esse ano, e senti que o calor ia me prejudicar. O sol estava forte e a temperatura em 28 graus, o que me afeta bastante. Logo no km 2 da corrida reduzi as expectativas e pensei: “não vai dar para correr o programado, vou fazer o mesmo tempo de Floripa (3h45)” e assim segui acho que até o km 10.
O calor foi batendo, o corpo cansando e vi que não ia dar para manter o ritmo, quando então já estabeleci uma nova meta: chegar de dia. Isso significaria terminar a prova em até 10h40 mais ou menos. Nesse ponto comecei a rir sozinho e percebi como é importante ter uma meta mas não se cobrar demais, pois o pior de tudo é simplesmente desistir; e Ironman para mim não é ganhar nada e nem de ninguém, mas puro estilo de vida e prazer de estar ali, cruzando a linha de chegada, sempre fazendo o meu melhor.
E nessa prova o meu melhor foi terminar em 10h27 (de dia! - rsrsrsrs). E Kona? Bem, fiquei um pouquinho distante...o décimo colocado da minha categoria fez 09h29!!! Isso mesmo, o décimo lugar mandou esse tempo...Impossível? Não...Difícil? Bastante...e por isso é tão gostoso alimentar esse sonho. Não sei se um dia vou conseguir me classificar, mas não tenho dúvidas de que estou nessa não pelo resultado final, mas para curtir cada momento desse caminho.
Obrigado a todos pela torcida, minha imensa gratidão ao nosso coach Walter Tuche e a todos da assessoria que com seu incansável trabalho viabilizam que eu viva esse sonho! E vamos que Floripa tá chegando! Será que rola sub 10? Rsrsrs
Abs,

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