Treinos de
montanha, dicas (parte 2)
Temos
visto cada vez mais atletas se dedicando aos treinos de montanha. A conquista
de uma montanha emblemática ou a melhora do tempo pessoal em um trajeto
habitual ou onde há uma grande concentração de ciclistas querendo estabelecer
um recorde de percurso torna-se a cada dia uma motivação a mais para esses
treinos.
Iremos
enumerar alguns itens que podem lhe ajudar nesses treinos:
- Segurança – publicação no dia 23/12
- Posição das mãos no guidom – publicação no dia
23/12
- Frenagem – publicação no dia 23/12
- Posição do corpo no selim (ou fora) – publicação no
dia 25/12
- Troca de marchas – publicação no dia 25/12
- Cadencia – publicação no dia 27/12
- Qual o numero de dentes dos pratos do pedivela
a utilizar: compact, mid compact ou
normal – publicação no dia 27 /12
- Como
calcular a inclinação de uma montanha –
publicação no dia 29/12
- Como as montanhas são categorizadas – publicação
no dia 29/12
· Posição do
corpo no selim
Durante
as subidas vemos os ciclistas muitas vezes em diversas posições
1 –
sentado como se estivesse pedalando no plano
2 –
em pé
3 –
sentado mais adiantado
4 –
sentado mais recuado
É
sempre importante ressaltar que sua posição na bicicleta (ajustada por um
especialista) é feita para via de regra para pedalar no plano. Desta forma, os
ângulos ideais da coxa em relação ao tronco , da perna em relação a coxa e
angulo do tornozelo, serão sempre os recomendados, e alterar isso pode trazer
consequências ligadas não só ao rendimento como possíveis lesões.
Ao
iniciar uma subida o ciclista deve-se manter sentado o maior tempo possível na
sua posição rotineira.
Quando
pedalar em pé?
Geralmente
o ciclista adota uma posição em pé por alguns motivos: alternar um pouco a
posição após longos períodos sentados na subida; elevação mais íngreme da
montanha onde o peso corporal e o ligeiro balanço lateral da bike coordenada
com o corpo fazem com que o peso do ciclista o ajude na pedalada; pedalar numa
marcha mais pesada aumentando a metragem de deslocamento (quantidade de metros
que a bicicleta é deslocada em um giro completo do pedal); iniciar um ataque
repentino pois o ganho de velocidade momentânea com a ajuda do corpo é maior.
Como
pedalar em pé?
Ritmo
é tudo e coordenação também. De nada adianta o ciclista ser forte e
descoordenado. Manter o ritmo é importante assim como saber usar o corpo em
movimento oposto ao movimento do quadro da bicicleta.
As
mãos apoiadas e não agarradas sobre as manetes, membros superiores ligeiramente
flexionados sem estarem contraídos, tronco ligeiramente flexionado a frente e
cabeça olhando para a frente.
Uma
boa forma de saber se você não esta muito para frente ou para trás é
eventualmente tocar a ponta do selim com sua entre coxas. Caso a subida seja
muito íngreme é natural uma projeção maior do corpo a frente.
Aprender
a sair da posição sentado para em pé também é importante , pois o ciclista
iniciante tende ao ficar em pé em desacelerar a bike, e ela dá um “coice” para
trás. Assim, ao ficar em pé, mantenha o ritmo da pedalada e apoie apenas a mão
na manete, não a puxando, o que também desacelera a bicicleta.
Ao
pedalar em pé a frequência cardíaca muitas vezes tende a aumentar. O corpo do atleta passa a ser sustentado pelos membros inferiores e não pelo selim. O
movimento de coordenação de braços, pernas e tronco requer uma maior demanda de
O2.
Quando
pedalar mais adiantado?
Em
subidas mais “roladas” onde não ha uma grande inclinação e mantém – se uma
velocidade mais elevada e marchas mais pesadas, o ciclista pode adotar uma
posição mais adiantada. Ele fica numa posição mais agressiva e consegue
imprimir uma maior velocidade e força. Mas, deve-se ficar atento, pois ao ficar
mais adiantado no selim o ângulo da coxa sobre a perna diminui e a fadiga, caso
o ciclista não esteja habituado, pode ocorrer prematuramente.
Quando
pedalar mais recuado?
Em
subidas mais íngremes pode – se sentar mais atrás um pouco e a pedalada fica
num movimento de ”empurrar” o pedal a frente. Neste caso o angulo do joelho
sobre a coxa aumenta, podendo ocorrer o mesmo que citado acima em relação a
fadiga. Nota-se que nessa posição o ciclo da pedalada fica mais “quadrado”,
isto é, o emprego da força não é homogêneo durante o movimento.
Fique
atento nesta posição, pois a bicicleta passa ficar mais “comprida” para segurar
o guidom.
É importante
durante as subidas (ou mesmo em terrenos planos) que a posição do pé, quando o braço
do pedivela estiver na posição de 6hs fique paralelo ao plano do chão . Isso
facilitará o movimento e o emprego da força num maior comprimento da
circunferência.
· Troca de
marchas
É
comum vermos durante subidas indivíduos parados no meio da montanha tentando
consertar ou recolocar a corrente da bicicleta assim como ouvir o barulho de
catracas e correntes numa briga sem fim.
Para
que isso não ocorra é importante que a troca de marchas seja gradativa.
Numa
subida íngreme, trocar a marcha no pedivela, do pratão para o pratinho via de
regra faz a corrente cair (alguns ciclistas usam uma peça no cambio dianteiro
denominada chain catcher (na foto
abaixo, a peça onde esta escrito rotor) que direciona a corrente para o
pratinho e dificulta a queda dele fora do mesmo). Caso haja a necessidade desta
troca, você poderá faze-lo mas com cautela, aliviando um pouco a pressão no
pedal (pedalar naquele momento com menos vigor) onde esta sendo feita a força e passando a
marcha gradativamente.
No
caso do cambio traseiro, o ciclista quer em geral trocar varias marchas ao
mesmo tempo e muitas vezes o cambio
entra e quebra alguns raios, enrosca a corrente e em alguns podendo danificar o
quadro (quebra da gancheira – peça que prende o cambio traseiro ao quadro).
Outro
quesito importante é procurar não “cruzar” muito a corrente. Observamos isso
quando em algumas situações o ciclista usa o prato menor com o cassete pequeno
(foto com a bicicleta preta) ou o prato maior com o cassete grande (foto com a
bicicleta vermelha).
Ex: relação dos pratos do pedivela 50 e 34 dentes, relação do cassete, 11 a 28 dentes. Cruzar a corrente significa usar o prato de 50 dentes com os cassetes 28, 26 ou 24 dentes, ou usar o prato com34 dentes e relação do cassete de 11, 12 ou 13 dentes.
Nestes
casos, o tempo de vida do material será reduzido pois a corrente trabalha
enviesada (foto abaixo), as marchas não funcionam direito fazendo barulho de
corrente arrastando principalmente no cambio dianteiro e principalmente por que
perde - se RENDIMENTO pois que a resultante de força passa a ficar mais
inclinada.
Vemos
muitas vezes ciclistas querendo fazer mais força numa subida e em alguns casos
subindo no pratão com o cassete atrás maior.
Matematicamente,
dividindo – se o numero de dentes do pratão
cassete, obtemos a relação da transmissão (cada uma volta completa do
pedal, corresponde a numero de voltas do cassete).
A
relação de transmissão esta diretamente ligada a metragem de deslocamento.
Ex:
Relação
de transmissão = 39 / 15 = 2,6 , deslocando 5,45 metros
Relação
de transmissão = 53 / 20 = 2,65 , deslocando 5,56 metros
Relação
de transmissão = 39 / 17 = 2,29 , deslocando 4,81 metros
Relação
de transmissão = 53 / 24 = 2,21 , deslocando 4,63 metros
Nos
dois exemplos citados acima a relação de transmissão é bem parecida, mas
usando-se o prato com 39 dentes e os cassetes exemplificados teremos a corrente
trabalhando mais “reta”e consequentemente uma resultante de força melhor.
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