sábado, 18 de agosto de 2012

Endurance 50k do XTerra Costa Verde 2012.

Por André Caúla

" A prova.
Cerca de 100 atletas estavam inscritos na prova Endurance 50k do XTerra Costa Verde. A largada foi antecipada em 2 horas em relação ao ano anterior. Pontualmente, foi dada a largada as 14:00. Pela altimetria, teríamos cerca de 10 km até a primeira das 3 subidas. Pensei, “dez para aquecer e subir a montanha”. Estava certo em uma coisa, aqueceu mesmo, o sol queimava violentamente, e já fervia meu radiador. Diminui meu ritmo. De todos os filhos de Tuche, eu era o último. Ansiava pela subida, na expectativa de uma sombra. Quando me aproximei da subida, visualizei uma íngreme cachoeira de lama, para onde o staff me orientava a seguir. Mal conseguia ficar de pé, escorregava muito e poucas raízes para me apoiar. Ao atingir o pico, eu vi a “nascente”, uma mangueira posicionada pela organização, espirrando água morro abaixo, sinistro. Voltei a correr. A próxima cena ficou marcada na minha memória. Do alto do morro, com uma vegetação baixa, eu via adiante uma longa descida, seguida por uma enorme subida, que parecia ter a altura de um prédio de 12 andares. Vários corredores escalando aquele “prédio”. Segui em frente, encantando com o visual. Já no km 15 começava uma longa subida no asfalto da RJ-149, com cerca 5 quilômetros, chegando ao ponto mais alto da prova, 219m. Então, desci até o km 25 (com aproximadamente 3:30 de prova, reabasteci minha mochila) e fiz o caminho de volta no “prédio”, a última grande subida. Mas, a noite já tinha caído. Me encontrava no meio no nada. Além das estrelas do céu, somente a minha headlamp brilhava naquele local. Nenhuma luz a frente, nem atrás, era difícil achar a trilha naquela escuridão. Os insetos voavam de encontro a luz, batendo contra o meu rosto. Tentava correr, mas tropeçava no terreno irregular, então andava num ritmo lento e solitário. As vezes, encontrava algum staff perdido no mato, congelando de frio. Sim, a esta altura a temperatura já tinha mudado bastante. Quando cheguei no km 30, onde deveria ter o special needs, água, gatorade e gel, além do tempo de corte, nada encontrei, a não ser milhões de copos plásticos jogados no mato. Parece besteira, mas o psicológico, em situações de alto desgaste, sofre altos e baixos momentos em questões de minutos. E o meu foi lá pra baixo, segui pois não tinha nada mais a fazer. Cheguei num trecho plano de terra batida e voltei a correr, já visualizando as luzes do Resort, fiquei mais animado. Ao me aproximar da linha de chegada, imaginei que meu GPS estava quebrado, pois marcava 40k. Doce ilusão, passei a 500 metros da linha de chegada e comecei a me distanciar novamente. Um pouco confuso, pois tinham vários atletas correndo os 9k. Finalmente, vi um rosto familiar, joguei a luz no rosto do Fabrízio e o cumprimentei. Ele não parecia muito animado, mas fiquei feliz em vê-lo e tentei acelerar, imaginando alcançá-lo. Mas, 8 km no escuro e atravessando rios, ainda nos separavam, como pude perceber. Então, lembrei da dica do amigo Pedro Scripilliti, e injetei um Clif Double Expresso Turbo Shot na veia e só parei na chegada. Lá, me aguardavam minha esposa Fernanda, meu filho Lucas, e meu parceiro e grande amigo Eduardo Gomez.
Colocação
Numeral
Atleta
Tempo
Equipe
18º
3050
ASHBEL DE STUTZ E ALMEIDA
05:54:38
WALTER TUCHE
?
3101
ROGER DE ABREU CARDOSO
05:59:34
WALTER TUCHE
21º
3047
MAURO SILVA DA COSTA
06:05:59
WALTER TUCHE
27º
3039
FILIPE F. MEIRELES
06:23:55
WALTER TUCHE
31º
3035
FABRÍZIO RUBINSTEIN
06:38:44
WALTER TUCHE
45º
3029
ANDRE LUIS CAULA
07:23:14
WALTER TUCHE
 A organização.
Imagino que organizar uma prova como esta não seja uma tarefa fácil. Mas, algumas semanas depois de ter feito a inscrição, recebi um email da organização informando sobre novas exigências para a prova, que incluíam atestado de saúde, termo de responsabilidade, determinados itens obrigatórios e que não seria distribuída água em copo descartável, cada corredor deveria ter sua própria garrafa.  Houve muita confusão durante a retirada do kit e antes da largada, por conta destas “novidades”. Apesar de achar que a organização deveria ter visto e informado isto com mais antecedência, estas regras são comuns em provas de corrida de montanha internacionais, o que na minha opinião mostra que os organizadores estão preocupados em relação as suas responsabilidades em caso de acidentes, mas também em melhorar a segurança dos competidores e em reduzir o impacto ambiental deixado pelo lixo produzido pelos atletas (mas infelizmente não funcionou para esta edição, pois o lixo produzido não foi pouco). Com exceção do km 30, houve farta distribuição de água, e suplementos, percursos bem demarcados e uma excelente localização para este tipo de prova.
Por Fabrizio
" Há um ano atrás eu enfrentava meu primeiro e espero último cálculo renal. Dois dias internados e a recomendação médica de ser mais rigoroso com a hidratação durante os treinos eram as informações que os amigos da Assessoria tinham. Mal sabia que em menos de uma semana depois, seria diagnosticado com uma hepatite medicamentosa. Meu fígado avisou que um repouso absoluto era necessário. Faltavam 45 dias para o ½ IronMan de Miami e precisei me conformar com a realidade. Era preciso entender que o descanso era uma imposição orgânica. Restava obedecer e confiar na palavra do treinador de que eu estaria pronto para correr o Cruce de Los Andes (ultramaratona de 100km em três dias nos Andes) com apenas 60 dias de treinamento. E assim foi feito. Meu desejo de correr na capital da República, minha terra natal levou-me a inscrever na Volta do Lago (ultramaratona de 100km em apenas um único dia). Haveria um intervalo de quatro meses, período considerável para uma rápida recuperação, mas sem perder a base de treinamento. Entretanto, no meio do caminho, tinha uma pedra. A pedra foi chamada de X-Terra Ilhabela (ultramaratona cross-country de 80km). Prova dispensável do ponto de vista físico, mas importante para conseguir vaga na etapa européia de corrida cross-country que sempre tive intenção de fazer. Chego nos primeiros seis meses do ano com três ultramaratonas completas e uma condição físico-mental já debilitada. Por motivos obviamente irracionais, acredito ter condições de realizar mais uma etapa do circuito X-Terra, agora em Mangaratiba (ultramaratona cross-country de 50km). A mente advertia que essa prova só poderia ser feita se fosse realizada em ritmo de parcimônia. Mas engana-se quem pensa que a mente controla o corpo. Trata-se de uma parceria, meus caros. Na largada da prova, a mente experiente indica um ritmo confortável para realizar a etapa. O cuidado com a hidratação diante de um forte calor. A companhia do amigo Filipe e seu eterno enjôo nos primeiros 20km de prova. Aproveito o ritmo moderado para descansar. Sei que quando o miserável do Filipe se recupera a brincadeira fica séria e a pancadaria começa na frente das crianças. A prova é dura, mas nada que assuste. Lamento que não seja distribuído nada além de géis. Eu precisava de algumas frutas e só. Mas, nada vem. Meu estômago começa dar sinais de enjôo. As subidas fortes fazemos. Anoitece e nos sentimos aliviados por termos concluído mais de 2/3 de prova ainda com a iluminação natural. Dali pra frente é só levar a carcaça para a linha de chegada. Dispenso a companhia do miserável do Filipe que, a essa altura, totalmente recuperado  imprimia um forte ritmo de 6:30min/km (rs). Meus últimos 15 quilômetros foram feitos apenas administrando o cansaço. Um cansaço diferente de todos que já senti. Não era um cansaço específico vindo de alguma região do corpo. Sem qualquer câimbra, por exemplo. O cansaço era de quem se encontra esgotado não por apenas uma prova, mas por ter corrido quatro ultramaratonas em apenas oito meses. Mas a vaidade é uma merda. Da linha de chegada direto para o hotel. E hoje, ao ser perguntado pela Lúcia Glioche, não soube responder quantos quilômetros já corri este ano. É, se nem sei responder é porque está na hora de parar. É preciso entender e respeitar que o descanso é uma imposição orgânica. Resta obedecer e confiar na palavra do treinador de que eu estarei pronto para correr o (a)..."


Por Fabiana Albuquerque

Já assisti a vários ironmans em diferentes cantos do mundo, várias provas de triathlon, e desde a primeira prova de Xterra que fui em Mangaratiba, fiquei encantada!!! Definitivamente a melhor prova pra se assistir, pois a vibe da galera é contagiante, o lugar é incrível e nao é uma prova demorada. Além do que podemos aproveitar e passar um final-de-semana delicioso do lado da família unindo o útil ao agradável. Minha filha participou pela segunda vez da corrida Xterra Kids (e olha que ela não tem nem 4 anos ainda!!), e adorou!! O mais legal é que esse ano ela ficou na maior expectativa, junto com a gente. (O meu marido, Eduardo Gonzalez tb participou! Aliás, parabéns! Ficou em quinto lugar!).

Essa foi a prova que na verdade marcou minha entrada no WT assessoria esportiva. Ano passado participei do revezamento com Fernandinho Junqueira e Maria Clara. Fiz a corrida tb!!Tava super bem treinada, fiz em 1 hora e 4 min!! Demais!! Mas o que mais me animou foi ver a equipe WT e a sua uniao. E muitas mulheres lindas e loiras, com unhas pintadas (rsrsrs) entrando na equipe! Vi que se nao encontrasse minha turma ali, nao encontraria em lugar nenhum!! rsrsrsr... Enfim, a partir dali comecei a treinar com o WT!! Porém esse ano, mal consegui treinar. Pra ser sincera voltei mesmo há um mes, e sabia que nao estava preparada pra essa prova! Mas como eu queria muuuuito fazer, tentei arrumar uma equipe! E arrumei uma SUPER EQUIPE! Dudu Gomez e Brasilia!!! Ta ruim?? Alias agradeço aos dois por terem  espírito esportivo, tava super tensa em nao correr bem (como de fato aconteceu) e ele ficarem chateados, mas na verdade o que aconteceu foi o contrario! Nunca vou esquecer dos gritos deles me incentivando quando eu estava cruzando a linha de chegada!!! Com certeza, vi a falta que faz estar treinada! Como disse o Fernandinho, os quilômetros mais dificeis da minha vida!!!!! Agora é não parar de treinar e que venha o próximo!!

 bjs Fabi"

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