por Gabriel Pagani
No meio da semana ter
que pegar a ponte aérea para ir a são Paulo, parecia uma tarefa difícil e
cansativa, e foi !!!! Logo aproveitar
uma oportunidade para adquirir mais conhecimento é sempre muito valido. Desta
forma, eu (Gabriel Pagani ) e o Prof. Filipe Duarte, fomos para SP , com a
maior vontade .
Tivemos dois turnos de treinamento, um teórico antes do
almoço, e outro pratico à tarde. Neste relato, tentaremos trazer as informações
mais sólidas e novas.
Estrutura de primeiro mundo, onde Ian Adamson (australia),
de currículo extenso (vivencias praticas de endurance e conhecimento
cientifico), falou sobre as 4 fases do movimento. Caminhada, trote, corrida e
Sprint.
Neste caso, ficaremos mais presos a caminhada ( marcha) e
corrida. Ele cita e demonstra algumas diferenças. Na marcha preconiza a fase de
balanço com a entrada do calcanhar no solo, já na corrida temos a fase de
balanço e fase aérea ( balanço, aérea, balanço.) Para Ian, é necessário correr
de forma eficiente, isto é , na forma mais natural possível, se aproximando do
mov. das crianças. Sabe-se que aproximadamente, 6 bilhões de pessoas no mundo
correm errado ( sem eficiência), se afastando da forma natural.
No conceito natural de corrida temos a preparação, contato,
stance (balanço), contato dos dedos e depois a fase aérea (voo ou flight). É
importante entender que a carga máxima para o mov. esta no meio do balanço, que
equivale a duas vezes e meia o peso corporal. Em situações de aclives e
declives existem variações, e no declive pode chegar até 7x o peso do corpo.
Algumas qualidades físicas devem ser consideradas e
complementadas ao natural running,
equilíbrio, força e coordenação. Estas aptidões podem ser treinadas nos
educativos de corrida e ginastica funcional. Para se ter domínio na execução e
extensão do movimento, e necessária a consciência na flexão do tornozelo (dorso flexão),
aproveitando muito a mobilidade tissular para permitir maior aderência de pés.
Outro mov fundamental para a eficiência é a extensão do quadril, onde não pode
existir a lordose como fator limitante. O glúteo deve estar forte,
permitindo maior ação femural, oque lavará ao bom equilíbrio,
sendo fundamental para otimizar a corrida. Estes foram alguns aspectos
biomecânicos citados por ele, com fundamentação cientifica.
Rapidamente e sem fundamentação, Ian cita a importância da
freq.. cardíaca, para a corrida, onde ele afirma que 60% do seu treino deva ser
feito com fala durante o gesto. Aproveita o momento para citar um calculo de
Fc, para treinos de 80 a 85% da fc máxima, (180 – idade), como Fc de treino aeróbio para indivíduos treinando
em alto nível. Sabe-se que não é aplicado para treinos anaeróbios e ou de
ritmo.
Voltando para a biomecânica, é valido entender que a
ineficiência motora está representada pela passada agressiva, mov excessivo de
lateral do tronco , e entrada da perna estendida, com o pé elevado. Determina-se o grande valor do movimento vertical durante
a corrida. Ainda aproveitando a questão da passada, para atletas de endurance, é ideal o numero de 160 passos
por minuto. Para um individuo de
estatura média, pode chegar entre180/190 passos por minuto. Logo a amplitude de
passada longa não é tão importante para a eficiência !!
Associado as citações anteriores sobre o numero de passos por
minuto ,deve-se levar em consideração também, a força de frenagem, que pode
interferir em cerca de 10% do total de passadas, tanto para cima ( de maneira
natural e eficiente), quanto para baixo ( movimento não educado com a entrada
do calcanhar primeiro). Se pensarmos em
cerca de 180 passos por minuto.
Há pelo menos 100 anos existe investimento na tecnologia dos tênis de corrida. Ideias de amortecimento
surgiram e hoje contrastam com a ideia de funcionalidade. Descobriu-se que o
sistema de amortecimento ( entre sola) é falho, tornando-se um grande erro para o movimento natural. Pensando em natural
running, não podemos permitir o encurtamento da musculatura da panturrilha,
logo o sistema de amortecimento estimula diretamente ações de força sobre os
calcanhares, e até hoje em dia, muitas marcas ainda apostam nesta tecnologia.
Em 1987 a Nike inventou o air max, surgindo como o boom no sistema visível.
Contrastando com o sistema de amortecimento surge o newton (
ação e reação), onde percebeu-se a importância do calçado nivelado
(minimalista), que vai entender o amortecimento como o salto alto de um sapato
comum. Esta inclinação pode chegar a5mm. Se buscarmos uma corrida eficiente, o
calçado nivelado vai contra a espuma. Além de espuma sofrer um processo natural
de deformação, notou-se que a palmilha no sistema antigo, sofre muita
deformação no terço anterior, próximo aos dedos, devido ao não alinhamento do
tênis. Portanto a necessidade de se ter dois calçados esta em desuso, já que a
espuma não se regenera. O Newton não utiliza espuma.
Com o passar dos tempos, entendeu-se que o formato de dedos
grandes e pés retangulares, não são diretamente proporcionais ao movimento
natural. Isto se deu pelo formato cônico dos tênis ao longo de muitos anos,
deformando o pé na forma mais natural/funcional. Fato visto principalmente na
américa do Norte, onde é muito frio e as pessoas não andam descaças. O pé não
deve respeitar o formato do sapato, e sim a sua anatomia própria. Para tal é
fundamental considerar largura, volume e comprimento.
Querendo assimilar a corrida natural, é fundamental passar
pelo processo de reeducação do movimento , ou até mesmo educação. Desde já, o
Newton , não ensina a correr com ante pé (ponta), e sim enxerga a necessidade
de se utilizar toda a planta do pé. Logo a adaptação do novo calçado leve, deve
ser gradual, cerca de 10 a 20% do treino diário. Deve-se compreender como um tênis plano e não
de ante pé elevado. Para a reeducação, é fundamental desenvolver uma passada
ativa/ concêntrica, com menor frenagem possível (180/1’). Ficar descalço a
maior parte do tempo, é a melhor forma de estar de acordo com a pratica
minimalista. Utilizar bem a musculatura de pé e panturrilha, aproveitando bem a
mobilidade tissular dos dedos, é permitir
um movimento mais solido e alongado. Com todos estes pré-requisitos,
conseguimos maior eficiência motora, que leva a maior eficiência energética (
poupando energia), otimizando todo o gesto motor que estará educado, prevenindo
lesões ... e conseguindo melhores resultados na corrida como um todo.
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