Sabemos que os níveis plasmáticos de dois
importantes hormônios do nosso corpo se comportam de forma diferente frente ao
exercício. São eles: o cortisol e a testosterona.
O cortisol é um hormônio ligado à resposta ao
estresse. Sua função no corpo é bem ampla. Estimula o fracionamento das
proteínas em aminoácidos em todas as células exceto no fígado. Neste órgão,
alguns aminoácidos irão participar da síntese de glicose, num processo
conhecido por gliconeogênese. O cortisol também acelera a lipólise, mobilizando
a gordura para ser utilizada como fonte de energia. Sendo assim, vamos
entendê-lo como um hormônio catabólico.
A testosterona é um esteroide presente em homens
e também nas mulheres, embora em concentrações menores. Participa de vários
processos metabólicos, aumentando a síntese proteica e de glicogênio nos
músculos e também garantindo a manutenção da massa óssea.
A relação entre a concentração desses dois
hormônios em repouso serve como indicador do balanço entre o metabolismo
anabólico e catabólico. Essa relação também deve ser estudada no processo de
recuperação de atletas após uma competição ou exercício prolongado. Em
situações de overtraining, observamos os níveis de cortisol bem elevados no
repouso enquanto os níveis de testosterona encontram-se reduzidos.
Essa situação, quando ocorre por um período
prolongado ou não diagnosticada, pode trazer uma redução crônica na performance
do atleta acompanhada de sinais e sintomas clínicos como a elevação da
frequência cardíaca no repouso, perda de peso, diminuição da libido, alterações
do sono entre outras.
Várias modalidades de exercícios intensos e de
longa duração (maior que 2 horas) promovem aumento dos níveis de cortisol e
redução dos níveis de testosterona logo após o término do exercício. A
normalização desses níveis ocorre entre 18 e 24 horas normalmente.
Esses achados mostram que os praticantes de exercícios
de endurance necessitam de um período apropriado de recuperação após uma prova
ou períodos de treinamento mais intenso. Algumas medidas dietéticas e
comportamentais podem auxiliar nesses períodos, assim como uma suplementação
adequada e específica para cada atleta.
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