quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O que faz a real diferença na hora do treino e da prova?

Nos últimos anos vários aparatos tecnológicos tem surgido no mercado para auxiliar atletas e técnicos nos treinamentos.

Na década de 70 , os computadores de bicicletas eram de fato apenas um velocímetro (marca VDO, o mesmo de carros) e somente nos mostravam a velocidade instantânea.





 Já em, 1980,  a Polar lançou o primeiro monitor de frequência cardíaca (polar pacer, quase uma TV de punho) e iniciou a revolução do mercado.






No fim da década de 70, corríamos fazendo contas de cabeça para saber o pace, estimar tempos de prova A calculadora cientifica e uma maquina de escrever nos ajudam a estabelecer metas e poder colar na pulseira do relógio as parciais datilografadas numa fita de papel para saber se estávamos dentro do tempo correto e previsto para cada prova.

Poucos usavam os monitores de frequência cardíaca, caros e raros na época e a Casio desta vez revoluciona o mercado com relógios que marcavam as voltas (laps). O mais revolucionário que marcava 20 laps , o que me fez correr a minha 1a maratona com a famosa fita de papel colada na pulseira do relógio com as metas de tempo até 40 km ( 2 em 2 km em 20 laps) e ainda faltavam 2,195m.









No ciclismo os pedais “look” aparecem vindos das botas de ski e dão fim aos famosos firma pés, atualmente usados em algumas academias nas aulas de spinning. Os passadores de marcha no quadro da bicicleta passam a ser indexados e logo a seguir no fim da decada de 80 surge a campagnolo com o ERGOPOWER e logo a seguir a shimano lança o STI. Esses câmbios determinam quase o fim dos rodas livres de 5, 6 e 7 velocidades e aparecem os cassetes ja com 8 velocidades.




Nas mountais bikes o rapid fire (trocadores de marcha indexado ) ja estão na sua segunda geração. Nishikis, Giants e Specializeds são as sensações deste mercado


No fim da década de 1980, a Timex lança o Timex Ironman, com 50 laps e facilitava a vida dos maratonistas .





Bicicletas de alumínio, carbono , titaneo, rodas aro 26 com triatletas, pneus clinchers sendo o mais utilizado e preferido, coroas biopace nos pevivelas (o oval dos dias de hoje) e por aí foi neste mercado.

Greg Lemond vence um Tour de France de 1989 , usando um guidom scott (clip) , capacete aero e rodas fechadas.  


Os tênis também começam a ganhar suas diferentes especificações. Nike windrunner e Asics gt ,All star no basket e os famos onitsuka tiger no vôlei , sao os tênis do momento , mas começam a nao ser os únicos mercado.

Daí em diante nada mais parou de evoluir, em equipamentos , em materiais  , em aerodinâmica e nas mais variadas formas de aparatos desde a testagem , o acompanhamento online da performance e inúmeras possibilidades de interpretação e analise de resultados.

Essa evolução aconteceu em todos os esportes !!!

Diante disso todos os resultados dos atletas tem mudado e para melhor. Uma variedade de dados faz com que os treinadores possam utilizar seus métodos de treinamento de forma mais adequada e mais individualizada a cada dia. Conhece – se mais o atletas, e em alguns casos pode-se estimar ate mesmo o tempo de uma prova com erros mínimos.

Os métodos de treinos usados em alguns esportes passam a ser usados em outros. Os treinos de saltitos em diferentes alturas e com sobrecarga usados amplamente no atletismo nas décadas de 70 e 80 , foram re nominados e utilizados por todos como Pliometria. Os treinos modelos de sessões de educativos que também no atletismo são sempre utilizados, que no vôlei e basquete fazem parte do aquecimento que dura quase 40 min (nunca vi um aquecimento durar tanto, fica a questão), no remo onde se rema somente com o braço , depois entra a remada com o carrinho e sempre com o barco “equilibrado”, passam a ter uma grande importância em todas as modalidade e o termo educativo evolui para treinos proprioceptivos, onde a percepção do corpo no espaço torna-se importante para: o aperfeiçoamento da técnica, na economia de movimentos, numa melhor utilização e preservação de energia resultando na evolução da performance

O atleta na atualidade sofre menos lesões que antigamente, os treinos tem mais qualidade e performances melhores são obtidas mesmo com sessões de treinos mais curtas. A máxima de antigamente de qualidade (intensidade) X quantidade (volume) , virou quase uma simbiose onde durante toda uma temporada a qualidade e a quantidade caminham juntas a todo momento.

A periodização em alguns casos migrou dos 4 períodos classicamente ( pre preparatório , preparatório , competitivo e de transição) estabelecidos para apenas três, onde se tem ao logo do ano um período preparatório, um competitivo e um período de transição, este geralmente ligado as ferias dos atletas ou fim de uma temporada , mas que nem sempre coincide com o ano civil (janeiro a dezembro). A periodização devera sempre respeitar as provas mais importantes , mas torna-se um mistério em alguns casos desvendar qual a mais importante e no caso de atletas amadores , a performance estará sendo cobrada em todas as provas desde um short triathlon ate uma prova de ironman, tomando –se como exemplo o trialthon.

Utilizar um GPS, um medidor de frequência cardíaca, uma roda de bike melhor, um tênis mais confortável, uma roupa de borracha mais anatômica, um software que interpreta e esmiúça resultados, um medidor de potencia, uma roupa mais aerodinâmica, uma mochila mais confortável, um capacete mais leve e etc sao aparatos extremamente e importantes em todas as situações e vão auxiliar o atleta seja amador ou profissional em melhorar a seus resultados, mas o que vejo que mais faz diferença na hora de um resultado e respondendo a pergunta no inicio deste texto É O ATLETA.

Zico batia 30 a 40 min de faltas apos cada treino, Oscar arremessava 500 bolas ao fim de cada treino , Michael Jordan arremessava a ultima bola e assim temos os expoentes do esporte. A bola ajudou, a chuteira ajudou, tudo ajudou, mas quem fez a diferença foi o ATLETA.

Um de nossos atletas no Ironman de 2013 , fez todo seu treino conosco usando um medidor de potencia na bike e havíamos estipulado a potencia de prova dele (já o havíamos feito em 2012 e a potencia media e tempo de prova foram exatamente os previstos). Na véspera da largada o medidor quebrou. Como fazer ? Conversamos e como  nós dois  (eu e ele)  o conhecíamos estabelecemos o tempo dele (que seria o baseado na potencia) e solicitei que ele também usa-se a sua percepção de esforço. No final, o tempo dos 180kms foi exatamente o previsto onde tínhamos uma margem de +/ - 5min)

Assim, quem faz diferença.......

É o atleta que cumpre suas tarefas a serem feitas;
É o atleta que se mantém motivado por objetivos pessoais;
É o atleta que se conhece melhor;
É o atleta que convive com altos e baixos;
É o atleta que sabe dos seus pontos fracos e faz de tudo para supera-los;
É o atleta que supera a dor;
É o atleta que não olha para o outro e olha para si;
É o atleta que sabe que o treino tem ciclos, uns mais fortes e outros mais fracos;
É o atleta que não da desculpas para os resultados ruins e aprende com eles;
É o atleta humilde nas suas atitudes e gestos;
É o atleta que não vence treinos, Vence provas;
É o atleta que Vence e sabe que aquilo é o maior motivo para treinar mais;
É o atleta que quer VENCER;
É o atleta que na hora do treino e da prova acredita no seu treinador;

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