segunda-feira, 1 de agosto de 2011

TREINO 'CRUCE DE LOS ANDES"

Neste fim de semana, tivemos um treino para os atletas que farão o Cruce de Los Andes em fevereiro. A Travessia da Seera dos órgãos. O treino foi acompanhado pelo Professor Eduardo e contamos com o Gabriel Tavares, também aluno, como guia.

Este treino se destinou à esses atletas em período de preparação para esta prova / desafio e tambem para termos mais uma opção de treinos para os demais atletas. Como foi a primeira vez que o fizemos em grupo, por prudência e segurança e como se destinava um treino a um grupo específico, este não foi explanado a todos.

Marcaremos em breve, a caminhada/corrida a pedra do açu e a pedra do sino, para os demais atletas de nossa equipe.

Segue o relato do Roger, sobre o treino.

 " Em meados maio de 2011 um grupo composto inicialmente por: Fabrízio, Filipe, André Caúla, Ashbel e Roger, resolveu se aventurar em uma prova atravessando da Patagonia Chilena cruzando os Andes até a Patagonia Argentina: o Columbia Cruce de Los Andes. Na preparação para a prova, alem da habitual planilha, temos feito varias excursões por trilhas para nos condicionar ao estilo de prova.

Depois de duas semanas de planejamento chegou o sábado, dia 30 de julho de 2011. Juntaram-se a nós Dudu Werneck, Gabriel, Henrique Werneck, Leonardo Maciel e Bob Souto. Partimos de Van até Petrópolis as 4:30h. Com os atrasos de praxe, começamos realmente a caminhada às 6:45h. Seriam 33 km de trilha atravessando a Serra dos Órgãos ate a sede do parque em Teresópolis. Aparentemente não seria propriamente um desafio para nenhum de nós, afinal todos já haviam corrido esta distância mais de uma vez. O que os estreantes ainda não sabiam eram os desafios que iríamos enfrentar.

Capitulo 1 - A subida

Nos 30 primeiros minutos já ficou claro o tamanho da encrenca: a trilha é praticamente uma escada; correr na maioria do tempo, era impossível. Ao chegar à primeira parada com uma hora e meia de caminhada já tínhamos subido quase 800 metros. A vista era incrível e o vento impressionava, quase derrubando o pessoal de cima da Pedra do Queijo.

Capitulo 2 - A coisa piora e iria piorar mais depois

Seguindo o caminho já dava pra ver a mudança na vegetação que ficava mais baixa e dura. Deu para perceber o primeiro erro: usar bermuda é bom para correr mas naquela vegetação de montanha não protegia nada contra os cortes que as folhas faziam, o que acrescentava uma pitada de masoquismo a caminhada. Já na Pedra do Ajax a segunda parada (9h da manhã) para o encher a barriga. A vista da primeira parada (Pedra do Queijo) deixava claro que a altura ja era considerável e ainda iríamos subir muito.

Capitulo 3 - Frio, que frio

Nos 300m finais da subida a trilha quase parecia vertical. Ao chegar à crista da montanha deu para perceber que a mão já estava dura e dormente de tanto frio. Apesar do corpo aquecido pelo esforço dava para perceber que a sensação térmica era muito baixa talvez uns 5 graus. Neste ponto já tínhamos alcançado 2200m de altitude (somando a esta altura mais de 1000m de subida). A vista era fantástica! Dava para ver toda Baía de Guanabara!

Capitulo 4 - Castelo de Pedras

No fim da primeira metade da travessia, chegamos ao Castelo do Açu, uma incrível formação de pedra no topo da montanha, formada por três pedras gigantes que pareciam realmente um “castelo”. Conhecemos alguns caras que estavam acampavam ali há três dias para "curtir" a vista. Dali já era possível ver o outro pico: a Pedra do Sino.

Capitulo 5 - O buraco era mais embaixo

Caminhando mais um pouco chegamos ao vale e aí “caiu a ficha”: depois de subir muito, teríamos que descer quase tudo para subir de novo. As descidas dos paredões de pedra para quem está acostumado pode até ser fácil, mas para alguns, foi um grande desafio onde escorregar não era opção. Cruzamos rios e ficamos encharcados de lama. A coisa estava ficando pior.

Capitulo 6 - A coisa fica realmente feia

Ao chegarmos ao fundo do vale era possível observar que a coisa ainda ficaria pior: a subida do "cavalinho" - um costão de pedra que precisava ser escalado (com uso de corda de segurança) pulando por cima de um precipício. Para quem tem medo de altura “ferrou”! “Dava para travar fácil”, mas só depois de escalá-lo, é que percebemos que a coisa não era tão ruim como parecia.

Capitulo 7 - A descida

Apesar do que já havíamos feito, ainda tínhamos que descer a Pedra do Sino. Ou seja, mais ou menos 2 horas e meia de caminhada pela frente. Os pés e o resto do corpo doíam. A paciência já havia se perdido. Mas não tinha outro jeito. Para alguns foi a parte mais sofrida de todas, por incrível que pareça. Afinal chegamos e encontramos a Van que nos esperava.

Epílogo

Sensação de dever cumprido e de surra no corpo. Felicidade no peito e ansiedade pelo dia da prova."

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